distante no tempo

Já que me foi escrito que o fim estava perto
eu sou do contra e contra o tempo que me dizem
ou alguém me disse o que seria correto um dia,
a não ser pensar assim...
eu não conheço a estrada que leva as montanhas
nem todos os caminhos do coração
que um dia eu tive e que agora são fragmentos
de um amor, se é que ele existe...
existe tudo que vejo ou são alucinações,
como seu olhar quando me ver passar
passando eu estou e não vejo você a me acompanhar
você parou em algum lugar distante no tempo e
agora vejo outros olhos a me olhar
garota não saia com os pés descalços
ou poderá se machucar
era o que eu sempre lhe disse
e você realmente viu que
haviam espinhos pela estrada...
e se o fim do mundo é agora
porque esperar mais tempo?

Um dia o boêmio volta...

Esperam muito de mim eu sei
mas poucos sabem por onde andei
agora vou voar mais longe
vou buscar o meu caminho
como tantos já fizeram
e sentiram falta do ninho

Vou levar comigo a saudade dos amigos
das risadas insanas
das noites mal dormidas
das conversas sobre a vida
dos planos para o futuro

O coração ainda vazio
como se espera de um poeta morto
que vai saindo dos sonhos
e entrando na vida

A esperança de uma vida melhor
de uma nova vida
a saudade de um tempo passado
de uma outra vida

Sei que andei distante
e agora vou realmente estar distante
mas os sonhos não mudaram
as insanidades e devaneios perpetuaram

Mas um dia vamos reunir
a velha guarda
os velhos poetas
não mais os mesmos sonhos,
mas as mesmas realidades.

Meu carnaval já está pra chegar
e neste dia vamos acender a fogueira
e comemorar como nunca
em memória a todos os loucos
que um dia passaram pela nossa tribo.

Poesias e fumaça

O cheiro de fumaça no ar, o gosto de sangue na boca,


Pensamentos soltos na mente, e as marcas de cigarro no braço.

Corte os pulsos ou vá embora, esqueça a hora temos que partir.

Vejo as pegadas mesmo no escuro, no escuro acho teu desejo, o teu beijo todo em mim, seus pesadelos já não fazem mais efeito o que sinto eu guardo só pra mim.

Pra mim as marcas de infância a minha esperança, tudo enfim.

Pois querem minha alma esta noite e esta noite eu não terei alma.

Corte os pulsos, ou vá embora, esqueça a hora temos que partir,

Colher flores no asfalto e lapidar diamantes de vidro,

Pois querem me afogar num aquário de peixes dourados esta noite e esta noite eu não precisarei de ar.

E esta noite o céu parecerá mudar de cor assim como meus olhos verdes de um azul amarelado, assim como minha pele branca de um negro tão pardo, tudo então parecerá fazer sentido.

Pois querem meu sangue esta noite mas isso não me importa ele já escorreu por entre minhas mãos.

Fique ao meu lado ou vá embora, esqueça a hora temos que partir,

Brilhar como estrelas no céu e voar como patos loucos que perderam a direção.

Pois querem meu coração essa noite e eu não sei o que farei, pois lá está tudo que sou que sinto e que desejo.

Então esta noite...

Corte os pulsos...

Temos que partir...

Bilhete

Ainda sorria,
quando foi encontrado.
Nas mãos, como quem ainda lia,
um bilhete amarelado.

Acabava ali uma vida
de sonhos e loucuras,
repousava ali naquela cama,
a alma de um romântico sem cura...

Viveu pouco
Sonhou demais
Viveu louco
Ficou pra trás

Amou, lutou, sofreu
Chorou, tentou, perdeu...

No bilhete as palavras
“Apesar de tudo
Sei que algumas coisas
Nunca vão mudar
E você sempre será especial
E sempre terá um lugarzinho
Guardado em mim.”
E foi a ultima coisa que ele leu
Antes do fim...

Overdose de TEORIA

JP/PEO

Sonhos e cicatrizes
é o que nos define
o que nos mantém vivos
em um mundo louco
nos tornamos cada vez mais...
em busca desses sonhos
voamos alto
sem medo de cair
aproveitar a vida
não há para onde fugir...
há inspiração em todo lugar
o sol surge no horizonte
ofusca o olhar
precisamos achar a ponte
dos nossos pensamentos
viver o momento
sem esquecer o passado
tendo as cicatrizes
como aprendizado
podemos voar, pode acreditar
até mesmo com asas de papel
pertinho de Deus
abençoados por Ele
estrelas no céu

Tempos bons amigos

E assim a vida segue
devagar e sempre
ninguém mais lê
ninguem mais escreve
as preocupações são outras
e ninguém mais percebe...
deixamos sonhos pra trás
deixamos sentimentos
nem temos mais tempo
pras recordações fúteis
dos tempos de criança
não sentimos mais na boca
aquele gosto de infância
Seguimos nossas vidas
cada um no seu mundo
às vezes corretos
às vezes imundo
Mas sei que um dia
não sei quando no futuro
já, talvez, com as marcas do tempo
lembraremos de olhar nossas palavras
de um passado quem sabe obscuro
e virá aquele pensamento
de como gostávamos de viajar
e sei que um leve sorrriso
te virá a face fazendo pensar
de como é bom termos amigos,
amigos que deixamos para trás,
sonhemos, porque nunca é tarde demais...

Longe demais

A noite chega sem aviso
não sai da mente
lembranças me acompanham
um doce sorriso
um passado recente...

Sei mais do que poderia
sei  mais do que queria saber
sei menos do coração
sei menos de você

Hoje sei mais do que sei
abriu os olhos
tente enxergar
sempre revelei meus sentimentos
seus flashes me tiram do ar...

Lembra de como tudo começou?
desde então minha alma
nunca mais retornou
ao meu corpo
vive vagando no infinito
à procura de um livre arbítrio
e uma desculpa pra quando voltar...